Decisão frustra expectativa de que Marcos Vagner de Souza, apontado como autor crime, fosse ouvido nesta quinta-feira. Caso Isis: Adolescente grávida desaparecida no Paraná
A Justiça resolveu suspender a audiência desta quinta-feira (24) do processo que apura o assassinato da adolescente Isis Victoria Mizerski, desaparecida desde junho. A decisão foi tomada pela ausência de testemunhas de defesa.
Quatro testemunhas de acusação foram ouvidas nesta quinta. Por causa da suspensão, o réu, Marcos Wagner de Souza, não foi ouvido. A expectativa era que ele prestasse depoimento por videoconferência.
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
Wagner somente vai ser ouvido após todas as testemunhas do processo. Não há prazo para o retorno das audiências.
O réu é apontado como pai do bebê que a adolescente estava esperando. Isis sumiu em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná, após sair para se encontrar com o homem. Apesar de o corpo dela não ter sido encontrado, a Polícia Civil acredita que ela foi assassinada.
Marcos está preso e é réu por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e aborto provocado sem o consentimento de Isis. Ele diz ser inocente. Veja detalhes mais abaixo.
Assassinato sem corpo: Especialistas explicam como Justiça trata desaparecimento de adolescente grávida no Paraná como homicídio
A defesa de Marcos informou que pediu que mais testemunhas de defesa fossem ouvidas, como a irmã de Isis. O advogado que representa a família da vítima espera que uma nova audiência seja marcada o mais rápido possível.
Familiares e amigos acompanharam audiências no Fórum
Elessandra Amaral/RPC
LEIA TAMBÉM:
Previsão do tempo: Alerta de tempestade aponta risco de ventos superiores a 100 km/h para 26 municípios do Paraná; veja quais
Vídeo: Polícia investiga casal suspeito de furtar idoso enquanto ele era socorrido após atropelamento e gastar R$ 10 mil em cartões da vítima em Curitiba
Carga adulterada: 300 toneladas de farelo de soja misturadas com areia, cascas e outros resíduos são apreendidas no Paraná
Caso Isis
De acordo com o delegado Matheus Campos Duarte, Isis e Marcos tiveram relações sexuais entre abril e maio de 2024 e a adolescente engravidou do vigilante.
Semanas depois, ela começou a desconfiar da gestação e no dia 3 de junho contou para Marcos das próprias suspeitas, afirma o delegado. As investigações apontam que ele pediu que ela fizesse um teste, que confirmou a gravidez.
O delegado afirma que os dois saíram para se encontrar no dia 6 de junho - e desde então, Isis não foi mais vista.
As investigações reuniram imagens de câmeras de segurança que mostram Marcos em uma farmácia dois dias antes do sumiço. Três testemunhas afirmaram, em depoimento, que ele as procurou para tentar comprar remédios abortivos.
Vídeos e registros da localização do celular de Marcos na noite do desaparecimento e nos dias seguintes também contribuíram para aumentar as suspeitas de crimes.
Veja a cronologia do caso
Delegado Matheus Campos Duarte foi responsável pela investigação na Polícia Civil
AEN
Processo na Justiça
O inquérito foi finalizado no começo de agosto.
Quando a Polícia Civil anunciou o indiciamento do homem, o delegado Matheus Campos Duarte comparou o caso de Isis ao de Eliza Samudio. Ela desapareceu em 2010 e nunca teve o corpo encontrado. Apesar disso, acusados de envolvimento no crime foram condenados - incluindo o ex-goleiro Bruno Fernandes.
Marcos Vagner de Souza virou réu na Justiça por três crimes, todos no âmbito da violência doméstica:
homicídio triplamente qualificado (por feminicídio, dissimulação e motivo torpe);
ocultação de cadáver;
aborto provocado sem o consentimento da vítima.
A Polícia Civil destaca que quem tiver informações sobre vestígios do paradeiro da adolescente pode fazer denúncias anônimas através dos telefones 197, da corporação, ou 181, do Disque-Denúncia.
Marcos Vagner de Souza e Isis Victória Mizerski
Reprodução
VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná
Leia mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul
Publicada por: RBSYS